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Mulheres de diferentes regiões, sotaques e sonhos se encontram, pela primeira vez, nos portões de quartéis do Exército. O motivo: participar da Seleção Geral do Serviço Militar Feminino, uma iniciativa histórica que dá início à presença oficial das mulheres como soldados temporários da Força Terrestre. O Brasil vive um marco: a integração real da mulher à cultura militar de base.
Estrutura da seleção e critérios de avaliação
A Seleção Geral, iniciada em abril de 2025, é a segunda etapa do processo seletivo para o Serviço Militar Inicial Feminino. Após o alistamento voluntário, as candidatas passam por uma triagem rigorosa, que inclui exames médicos, entrevista individual, avaliação psicológica e teste de aptidão física (TAF) — este último adaptado, respeitando as diretrizes de proporcionalidade entre os sexos.
A seleção ocorre em 29 cidades brasileiras, com base nas diretrizes da Diretoria de Serviço Militar do Exército. Cada etapa é conduzida de forma padronizada, técnica e acolhedora, garantindo transparência e equidade entre todas as candidatas. O processo, que ainda inclui Designação, Seleção Complementar e Incorporação, visa selecionar até 1.500 voluntárias para o serviço ativo em 2026.
Além dos critérios técnicos, também são observados interesse e perfil vocacional, alinhando as características individuais das candidatas às necessidades operacionais e logísticas das Organizações Militares.
Impacto social da presença feminina na tropa
O avanço do alistamento feminino voluntário rompe uma barreira simbólica na história do Exército Brasileiro. Ao abrir suas portas às mulheres para o serviço militar inicial como soldados temporários, a Instituição sinaliza uma nova era de pluralidade, respeito à diversidade e valorização da cidadania.
O impacto vai além da tropa. Para muitas jovens, o serviço militar representa oportunidade de formação, inserção profissional, disciplina e autoestima. Também reforça a presença das mulheres em ambientes tradicionalmente masculinos, provocando uma transformação cultural que fortalece o vínculo entre as Forças Armadas e a sociedade civil.
Em Brasília, mais de 2.200 mulheres já passaram pela Seleção Geral. Elas representam uma geração pioneira, cuja presença nas fileiras da Força contribui para mudar paradigmas e inspirar outras jovens brasileiras a também vestirem a farda com orgulho.
Avanço normativo e projeções para o futuro
A participação feminina no serviço militar obrigatório foi viabilizada pelo Decreto nº 12.154/2024, que regulamentou a inclusão de mulheres de forma voluntária e progressiva. Embora o alistamento não seja obrigatório, após a incorporação, o cumprimento de um ano de serviço torna-se obrigatório, com os mesmos direitos e deveres atribuídos aos militares do sexo masculino.
Ao final do serviço, as jovens receberão o Certificado de Reservista, o que as habilita a futuras convocações em caso de mobilização nacional. A medida fortalece a reserva estratégica do país e estimula a participação feminina em todas as frentes da Defesa Nacional.
A expectativa da Força Terrestre é ampliar, nos próximos anos, o número de vagas, cidades atendidas e especialidades oferecidas, fomentando uma nova fase de integração da mulher à Defesa Nacional, com base na competência, na meritocracia e no compromisso com o Brasil.
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