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No dia 22 de fevereiro, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acompanharam de perto as ações das Forças Armadas na Operação Catrimani II, que busca combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). Durante a visita, a comitiva observou a interdição da pista clandestina de Feijão Queimado, usada para a logística da mineração ilegal, além de conhecer as atividades dos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) do Exército Brasileiro. A ação demonstra a integração entre instituições no esforço de proteção da Amazônia e das comunidades indígenas.
Interdição da pista clandestina e impacto na logística do garimpo

A pista clandestina Feijão Queimado, localizada próximo ao Rio Mucajaí, possuía aproximadamente 400 metros de comprimento por seis metros de largura e era utilizada como ponto de apoio logístico para o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A estrutura facilitava a chegada de suprimentos e equipamentos, permitindo a movimentação de aeronaves para o transporte de combustível, maquinário e até ouro extraído ilegalmente.
Para inviabilizar sua utilização, o Pelotão de Engenharia de Combate de Selva da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª Bda Inf Sl) utilizou 100 kg de explosivos, garantindo a completa destruição da pista. A ação faz parte da estratégia militar para enfraquecer a infraestrutura do garimpo ilegal, restringindo sua mobilidade e dificultando o acesso a novas áreas de extração.
O impacto da destruição dessas pistas clandestinas é significativo, pois desarticula a logística da mineração ilegal, reduzindo a capacidade de reposição de materiais e de escoamento do ouro extraído. Essas ações, somadas a um maior monitoramento da região, contribuem para frear a degradação ambiental e proteger os povos indígenas que vivem na TI Yanomami.
A visita da comitiva do STJ às operações militares na TI Yanomami

A interdição da pista foi acompanhada por uma comitiva do Superior Tribunal de Justiça (STJ), composta pelo seu presidente, Ministro Herman Benjamin, e pelos ministros Sebastião Reis Júnior e Paulo Sérgio Domingues. Também estiveram presentes o Diretor da Casa de Governo no Estado de Roraima, Nilton Tubino, além de representantes de órgãos governamentais e lideranças indígenas.
Os ministros visitaram as instalações militares e conheceram as atividades desempenhadas pelos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) na defesa do território nacional. No 5º PEF, localizado na comunidade de Auaris, o Subcomandante da Operação Catrimani II, General de Divisão Cláudio Henrique da Silva Plácido, e o Comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, General de Brigada Luciano Bortoluzzi Garcia, apresentaram detalhes sobre o trabalho das Forças Armadas na região.
Além disso, a comitiva visitou as aldeias indígenas Fuduuwaadunnha e Kori Yaoupë, assim como o 4º PEF, em Surucucu. Os deslocamentos foram realizados por meio de aeronaves UH-15 Super Cougar, da Marinha do Brasil, e C-98 Caravan, da Força Aérea Brasileira.
O Ministro Herman Benjamin destacou a importância da missão e elogiou o trabalho das Forças Armadas e de outras instituições no enfrentamento da crise humanitária e ambiental na TI Yanomami:
“Pudemos acompanhar o trabalho das Forças e das outras instituições que estão enfrentando de uma maneira extraordinária esta crise, esta emergência (…) em favor, não só dos povos indígenas, mas cumprindo seu papel de defender a Pátria – que não é apenas o território, mas o povo”.
Os ministros Sebastião Reis Júnior e Paulo Sérgio Domingues também ressaltaram a relevância da visita para a compreensão do trabalho realizado na região e a necessidade de dar mais visibilidade à atuação dos militares e demais agentes envolvidos na missão.
A Operação Catrimani II e seu papel na proteção da Amazônia

A Operação Catrimani II desempenha um papel crucial na preservação ambiental e na proteção territorial da região, combatendo crimes como garimpo ilegal, desmatamento, tráfico de drogas e ilícitos transfronteiriços. Trata-se de uma ação temporária e episódica das Forças Armadas, realizada em apoio às iniciativas governamentais voltadas para a recuperação da Terra Indígena Yanomami e o combate a atividades ilegais na Amazônia.
A renovação da operação foi formalizada por meio da Portaria GM-MD N° 5.831, de 20 de dezembro de 2024, que alterou a Portaria nº 1.511, de 26 de março de 2024, garantindo a continuidade das ações militares na região.
Além da interdição de pistas clandestinas, a operação inclui patrulhas terrestres e fluviais, apoio logístico às comunidades indígenas e o monitoramento aéreo da área. A parceria entre as Forças Armadas, órgãos governamentais e lideranças indígenas reforça o compromisso com a soberania nacional e a proteção ambiental da Amazônia.
A visita dos ministros do STJ à TI Yanomami representa um marco na integração entre Judiciário, Forças Armadas e órgãos ambientais, consolidando um esforço conjunto para garantir a legalidade, a segurança e a preservação dos direitos dos povos indígenas.
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