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Nas profundezas da Amazônia, onde rios são estradas e o silêncio da mata esconde ameaças invisíveis, a Marinha do Brasil intensificou o patrulhamento no Rio Madeira. A bordo do NPaFlu “Rondônia”, militares vêm desmantelando estruturas do garimpo ilegal e apreendendo mercúrio, amálgamas e dinheiro vivo. É a guerra silenciosa pela legalidade e pela preservação dos rios amazônicos.
A operação no Rio Madeira: abordagem, apreensões e logística

A ação é coordenada pelo Comando do 9º Distrito Naval, com apoio do Navio-Patrulha Fluvial “Rondônia”, da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, da Capitania Fluvial de Porto Velho e da Agência Fluvial de Humaitá. As patrulhas ganharam intensidade na última semana, com o objetivo de reforçar a segurança da navegação e combater práticas criminosas que ameaçam o meio ambiente e a ordem pública.
Durante as operações, foram abordadas quatro dragas, sendo uma em pleno funcionamento no meio do rio. Com o uso de drones para reconhecimento aéreo, os militares localizaram uma canoa escondida na mata com 523 gramas de mercúrio, 30 possíveis amálgamas e quantia em dinheiro. Todo o material foi apreendido e será encaminhado à Polícia Federal, que atua em conjunto com a Marinha nas investigações.
As abordagens são realizadas com lanchas rápidas, que se deslocam a partir do NPaFlu “Rondônia”, permitindo atuação ágil e eficaz ao longo de trechos estratégicos do rio. A ação contínua busca coibir novas tentativas de instalação de garimpos ilegais e garantir presença efetiva do Estado na região.
Impactos do garimpo ilegal e o papel da Marinha na proteção ambiental
O garimpo ilegal é uma das principais ameaças à saúde dos rios amazônicos e das populações ribeirinhas. O uso indiscriminado de mercúrio, altamente tóxico, contamina a água, o solo e compromete cadeias alimentares inteiras. Além disso, contribui para a degradação de ecossistemas sensíveis e fomenta uma cadeia de crimes ambientais e sociais.
A atuação da Marinha do Brasil neste contexto vai muito além do aspecto militar. Ela representa um esforço coordenado do Estado brasileiro em defesa da Amazônia e de seus habitantes. O combate ao garimpo ilegal é uma missão de proteção ambiental, de preservação de recursos hídricos e de garantia da soberania nacional sobre uma das regiões mais cobiçadas do planeta.
Com presença constante nos rios da Amazônia Ocidental, a Marinha tem desempenhado papel fundamental no apoio a operações interagências, contribuindo com seu conhecimento fluvial, sua capacidade logística e sua tradição de presença em áreas remotas.
Segurança da navegação e presença do Estado na Amazônia Ocidental
Paralelamente ao combate ao garimpo, o NPaFlu “Rondônia” também realiza ações de Inspeção Naval, com foco na orientação de navegantes e no controle do tráfego aquaviário. As atividades são realizadas em conjunto com as Capitanias e Agências Fluviais da região.
A Marinha tem reforçado a divulgação de alertas e recomendações de segurança junto às comunidades ribeirinhas, embarcações de carga, transporte de passageiros e de esporte e recreio. O comunicado mais recente alerta para a necessidade de manter vigias a bordo, atenção redobrada em áreas portuárias e próximas a comunidades flutuantes, e adoção de velocidades compatíveis para evitar incidentes.
Também é enfatizada a importância de manter o efetivo mínimo de segurança a bordo, conforme previsto na Norma da Autoridade Marítima (NORMAM-202/DPC). Tais medidas visam proteger a vida humana, garantir o transporte regular e contribuir para a ordenação do uso das vias navegáveis.
A presença contínua da Marinha no Rio Madeira, portanto, é não apenas uma ação de fiscalização, mas uma demonstração clara do Estado brasileiro em garantir ordem, segurança e legalidade na Amazônia Ocidental.
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