Marinha integra conselho de gestão do Arquipélago de São Pedro e São Paulo

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A mais de mil quilômetros da costa brasileira, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo abriga um dos ecossistemas mais remotos e estratégicos do País. Agora, com a ativação do Conselho Consultivo da APA e MONA, a Marinha do Brasil passa a integrar formalmente um grupo que reúne representantes do poder público, da ciência e da sociedade civil para fortalecer a gestão ambiental e científica da região.

Estrutura e funções do conselho gestor

O novo Conselho Consultivo, ativado em março durante reunião em Natal (RN), surge como instrumento de governança ambiental participativa, voltado à proteção das unidades de conservação federais que abrangem o arquipélago: a Área de Proteção Ambiental (APA) e o Monumento Natural (MONA). Ambas são geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que agora conta com o apoio de diversos setores para o planejamento estratégico e a execução de ações.

Durante a primeira reunião do colegiado, foram aprovados o regimento interno e o plano de ação inicial, que definem atribuições, fluxos e metas conjuntas. O grupo é composto por cadeiras distribuídas entre representantes do governo federal, instituições acadêmicas e de pesquisa, organizações civis, além da própria Marinha do Brasil, que há décadas mantém presença ativa no arquipélago.

A função do conselho é propor e acompanhar políticas públicas voltadas à conservação ambiental, uso sustentável de recursos e à promoção da pesquisa científica, assegurando que decisões sobre o território tenham embasamento técnico e diálogo com diferentes setores.

Pesquisa científica e presença estratégica da Marinha

Desde 1998, a Marinha do Brasil mantém no arquipélago uma Estação Científica, modernizada em 2008, que já recebeu mais de 2 mil pesquisadores civis e militares. O espaço, operado em regime de rodízio, abriga cientistas de áreas como biologia, oceanografia, geofísica, meteorologia, recursos pesqueiros e sismografia, em um dos pontos mais isolados do Oceano Atlântico.

A presença militar também garante o funcionamento de um farol e a realização de expedições quadrimestrais para manutenção de infraestrutura e apoio logístico. Além disso, a Marinha participa ativamente de projetos de pesquisa e monitoramento ambiental, ampliando a capacidade de vigilância e soberania científica do Brasil na região.

Atualmente, está em andamento um projeto de nova estação científica, fruto de parceria entre a Marinha, o ICMBio, a Universidade Federal do Espírito Santo, a Fundação Espiritosantense de Tecnologia e a Caixa Econômica Federal, com recursos do fundo de compensação ambiental. O novo espaço deve aprimorar as condições de pesquisa e consolidar o arquipélago como polo de ciência e conservação.

Importância geopolítica e ambiental do arquipélago

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo, situado a cerca de 1.000 km da costa nordeste, representa um dos pontos mais avançados da presença brasileira no Atlântico. Sua posição estratégica contribui para a demarcação da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e a ampliação da chamada Amazônia Azul, que compreende os interesses marítimos do Brasil.

A região é rica em biodiversidade marinha, abrigando espécies endêmicas e funcionando como corredor ecológico para aves migratórias, tartarugas e cardumes de peixe. Ao mesmo tempo, representa fonte de sustento para pescadores artesanais, cuja atividade é monitorada para conciliar desenvolvimento sustentável e preservação ambiental.

A ativação do conselho reforça o compromisso brasileiro com a gestão integrada de áreas oceânicas, em linha com os objetivos da Agenda 2030 da ONU e dos tratados de governança global dos oceanos. A participação ativa da Marinha reafirma o Brasil como guardião de seu território marítimo, atuando com ciência, soberania e responsabilidade ambiental.

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Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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