Marinha e UFES firmam parceria para fortalecer pesquisas na Antártica

Foto: Primeiro-Sargento (FN) Ibrahim
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A presença científica brasileira na Antártica acaba de ganhar um novo impulso. Na manhã desta terça-feira (18), a Marinha do Brasil (MB), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (FEST) assinaram um convênio para aprimorar os processos logísticos do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). O acordo busca expandir o suporte oferecido pela Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e ampliar o impacto da pesquisa nacional no continente gelado.

O impacto do novo convênio para a pesquisa antártica

Foto: Primeiro-Sargento (FN) Ibrahim

A parceria firmada entre a Marinha do Brasil, a UFES e a FEST tem como objetivo principal reforçar a estrutura logística do PROANTAR, permitindo que mais projetos científicos sejam desenvolvidos na Antártica. Atualmente, o Brasil ocupa a 11ª posição mundial em produção científica na área de ciência oceânica, segundo relatório da Unesco, e a nova cooperação visa ampliar ainda mais esse protagonismo.

O Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, destacou a relevância do acordo para a consolidação da pesquisa brasileira na região. “Queremos que o Brasil ocupe posições ainda mais relevantes no cenário internacional, especialmente no que se refere à pesquisa antártica e à ciência oceânica”, afirmou.

A Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (FEST) também vê a parceria como uma oportunidade de expandir a atuação da comunidade acadêmica brasileira para além das fronteiras nacionais. Segundo o superintendente da instituição, Armando Biondo Filho, o convênio representa um compromisso contínuo com a ciência e o avanço tecnológico, reforçando a importância da colaboração entre instituições militares e acadêmicas.

O protagonismo do Brasil na ciência oceânica e polar

Foto: Primeiro-Sargento (FN) Ibrahim

Desde 1983, o Brasil é membro consultivo do Tratado da Antártica, o que permite sua atuação direta na tomada de decisões sobre a governança do continente gelado. Esse reconhecimento se deu graças à produção científica brasileira na região, viabilizada pelo PROANTAR e pelo apoio logístico da Marinha do Brasil.

A atuação brasileira na Antártica envolve diversas frentes de pesquisa, como:

  • Mudanças climáticas e impacto ambiental: análise dos efeitos do aquecimento global no continente e suas consequências para o planeta.
  • Estudos sobre biodiversidade: levantamento da fauna e flora da Antártica, com foco na preservação da vida marinha.
  • Pesquisas em geologia e glaciologia: monitoramento das formações geológicas e das geleiras, essenciais para entender a evolução climática do planeta.

O reitor da UFES, Eustáquio Vinícius Ribeiro de Castro, enfatizou que a universidade já possui uma longa tradição na pesquisa oceânica e polar, tendo colaborado com a construção de estações científicas no Arquipélago de São Pedro e São Paulo e na Ilha de Trindade. Agora, com o novo convênio, a expectativa é que os pesquisadores tenham ainda mais condições de desenvolver projetos na Antártica.

A estrutura e funcionamento do PROANTAR

O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) é o principal responsável pelo suporte às pesquisas nacionais na região. Para garantir a continuidade dessas atividades, a Marinha do Brasil conduz as Operações Antárticas (OPERANTAR) anuais, utilizando uma estrutura robusta que inclui:

  • Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e Navio Polar “Almirante Maximiano”, responsáveis pelo transporte de cientistas e suprimentos;
  • Aeronaves UH-17, do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, utilizadas para deslocamento em áreas de difícil acesso;
  • Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), base científica localizada na Ilha Rei George, que serve como ponto central para as pesquisas e alojamento dos cientistas.

Atualmente, o PROANTAR oferece suporte a 29 projetos de pesquisa brasileiros, número que deve aumentar com o novo convênio. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) também apoia essas iniciativas, garantindo que o Brasil continue a desempenhar um papel estratégico na pesquisa polar.

O Diretor do Departamento de Programas Temáticos do MCTI, Leandro Bortoloso Pedron, ressaltou que a presença do Brasil na Antártica depende não apenas da pesquisa científica, mas também de uma estrutura logística eficiente e do compromisso contínuo com a sustentabilidade e a governança ambiental.

Com a assinatura deste novo convênio, a expectativa é que o Brasil fortaleça ainda mais sua posição como referência na ciência oceânica e polar, garantindo que a Marinha do Brasil, as universidades e as instituições científicas continuem a expandir o conhecimento sobre o continente gelado.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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