Marinha e FAB integram forças em transporte inédito do MANSUP

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Na pista da Base Aérea do Galeão, o rugido dos motores do KC-390 anunciava mais que uma decolagem: marcava um novo capítulo na integração entre Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira. Em uma operação inédita, o cargueiro da FAB decolou rumo a Fortaleza transportando o míssil antinavio MANSUP e a viatura “ASTROS”, simbolizando o avanço da interoperabilidade das Forças Armadas brasileiras.

Capacidade operacional e inovação tecnológica

O MANSUP (Míssil Antinavio de Superfície) é uma das maiores vitrines da Base Industrial de Defesa brasileira. Desenvolvido com tecnologia nacional, o armamento possui alcance de até 70 km e velocidade de 1000 km/h, características que o colocam como vetor estratégico de dissuasão no contexto sul-americano. Até então, seus deslocamentos haviam ocorrido apenas por via terrestre ou naval — a operação atual marca sua estreia em transporte aéreo, ampliando significativamente sua mobilidade operacional.

Para isso, o KC-390 Millennium, aeronave de transporte estratégico da FAB, foi submetido a ajustes logísticos. A viatura ASTROS, que pesa cerca de 24 toneladas, exigiu cuidados específicos de amarração e balanceamento da carga. O Segundo-Sargento Lucas Barradas Assunção Terra, Mestre de Carga da aeronave, explicou: “o carregamento exige planejamento minucioso, tanto para a segurança da tripulação quanto para o desempenho da aeronave, que operou em sua carga máxima”. Um pouso técnico para abastecimento foi necessário em Salvador, dada a complexidade da operação.

Cooperação entre Forças e valorização institucional

A missão simboliza o fortalecimento da interoperabilidade entre a Marinha e a Força Aérea, algo cada vez mais essencial em cenários de Defesa modernos. Para o Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Daniel de Campos Luterman, Comandante do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais, a iniciativa representa mais que um feito logístico: “a possibilidade de empregarmos o MANSUP em qualquer ponto do litoral nacional, a partir de diferentes plataformas, robustece o poder dissuasório da Marinha e sua capacidade de pronta resposta”.

Já para o piloto da missão, Capitão Aviador Israel Amorim Barbosa Leal, o exercício demonstra a sinergia entre as Forças: “o transporte da viatura ASTROS com o MANSUP leva o KC-390 ao seu limite de desempenho. Essa integração operacional é vital para garantir a soberania dos mares, da terra e do ar”.

A operação também reforça o papel da diplomacia de Defesa, aproximando o Brasil de parceiros estratégicos como a Marinha Nacional da França, com quem compartilha o exercício em curso.

O exercício Jeanne d’Arc e o papel do Brasil na Defesa internacional

A operação conjunta faz parte da “Jeanne d’Arc 2025”, um exercício militar bilateral que envolve a Marinha do Brasil e a Marinha da França. Com início em 16 de março, no litoral do Ceará, o exercício seguirá até 2 de abril, com foco na interoperabilidade, no desenvolvimento expedicionário e em ações de evacuação de não-combatentes.

A Marinha do Brasil participa com o Navio Doca Multipropósito “Bahia”, aeronaves, viaturas blindadas e Fuzileiros Navais. Do lado francês, destacam-se o Porta-Helicópteros “Mistral” e a Fragata “Surcouf”. Durante os dias 22 e 23 de março, o público de Fortaleza poderá visitar o NDM Bahia no Porto, conhecendo de perto os meios utilizados na operação — uma oportunidade de estreitar os laços entre Forças Armadas e sociedade civil.

Com mais de 200 anos de história, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) reafirma, com essa operação, seu caráter expedicionário, demonstrando capacidade de atuar de forma integrada e em prontidão em qualquer região do país — e lado a lado com parceiros internacionais, promovendo a paz, a segurança e o fortalecimento da presença brasileira no cenário global.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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