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Em um cenário de selva e suor, os Fuzileiros Navais do Brasil transmitiram técnicas de tiro, sobrevivência e atendimento tático a um contingente de militares franceses em fase final de formação. A missão, realizada em Maranguape (CE), reforçou o papel do Brasil como referência em instrução militar na América Latina e simbolizou o fortalecimento da parceria com a Marinha Nacional da França, dentro da complexa Operação Jeanne D’Arc.
Capacitação técnica e operacional conduzida pelos Fuzileiros Navais
Entre os dias 22 e 24 de março, a Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) e o 3º Batalhão de Operações Litorâneas lideraram os treinamentos de campo com 156 Guardas-Marinha franceses, prestes a serem declarados oficiais da Marinha da França. Durante três dias de intensa atividade, os franceses participaram de instruções de tiro real, técnicas de sobrevivência em ambiente de selva, atendimento pré-hospitalar tático e marchas em terreno irregular, tudo sob supervisão de instrutores brasileiros.
A base expedicionária utilizada foi montada nas proximidades de Maranguape, com estrutura transportada por meios marítimos e rodoviários, evidenciando a capacidade logística e adaptabilidade da Marinha do Brasil em operações expedicionárias. O exercício permitiu aos brasileiros não só mostrar sua doutrina de combate em ambiente litorâneo e amazônico, como também reforçar sua capacidade de instrução multinacional.
Cooperação internacional e diplomacia militar
Além da capacitação técnica, a operação representa um capítulo importante da diplomacia de defesa brasileira. A parceria com a França vem se fortalecendo nos últimos anos, e o Brasil tem se destacado como um centro de excelência na formação militar, apto a receber tropas de diversas partes do mundo. Nesta edição da Operação Jeanne D’Arc, além dos 201 militares franceses, participaram 14 convidados internacionais, oriundos de países como Alemanha, Bélgica, Benin, Camarões, Egito, Mauritânia, Qatar, Reino Unido, Senegal e Tunísia.
Esse ambiente multinacional favoreceu o intercâmbio de doutrinas, valores e práticas militares, promovendo a interoperabilidade e o entendimento mútuo. Ao ministrar treinamentos a uma turma plural e estratégica, a Marinha do Brasil mostrou sua capacidade pedagógica, infraestrutura e credibilidade internacional, fortalecendo o soft power militar do país.
A Operação Jeanne D’Arc e o protagonismo do Brasil no Atlântico Sul
Com cerca de 1.200 militares envolvidos, a Operação Jeanne D’Arc se consolidou como um dos maiores exercícios militares internacionais realizados no Brasil. Foram utilizados meios navais, terrestres, aeronavais e de fuzileiros navais das duas nações. Destaque para a presença de embarcações como o Navio de Assalto Anfíbio Mistral (França), a Fragata Surcouf, o Navio Doca Multipropósito Bahia (MB), além de equipamentos como o Sistema ASTROS com o MANSUP, embarcações anfíbias, CLAnf e helicópteros UH-15 Super Cougar.
O litoral cearense, em pontos como o Porto de Mucuripe, Pecém e o Campo de Instrução General Theophilo, serviu como palco para manobras que demonstraram a capacidade expedicionária e interoperacional da Marinha do Brasil. Ao atuar como anfitriã e instrutora de uma operação dessa magnitude, a MB reforça sua posição como protagonista na segurança do Atlântico Sul, referência em cooperação multinacional e peça chave na defesa dos interesses estratégicos do país.
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