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Rios antes sinônimo de conexão e abastecimento, hoje se tornaram rotas de medo para embarcações no Amazonas. Em meio a uma triplicação dos ataques de criminosos fluviais, a Marinha do Brasil convocou autoridades e representantes do setor para um encontro em Manaus, que buscou alinhar estratégias e fortalecer a cooperação entre instituições.
Bases fixas, lanchas blindadas e desafios logísticos
A segurança nos rios amazônicos depende de uma estrutura robusta, mas ainda insuficiente diante da vastidão territorial. Atualmente, o estado conta com cinco grandes bases fluviais, sendo três fixas e duas móveis — a Base Paulo Pinto Nery e a Base Tiradentes. Além disso, operam sete lanchas blindadas, com mais duas em fase de incorporação.
Segundo autoridades locais, o Governo do Estado do Amazonas investe aproximadamente R$ 6 milhões por ano na manutenção dessas estruturas, enquanto o apoio federal tem sido apontado como limitado. Esse descompasso levanta preocupações quanto à capacidade de resposta contínua e à necessidade de maior articulação entre esferas federativas.
A vida a bordo e o medo que navega pelos rios

Para os empresários do setor naval e comunidades ribeirinhas, os reflexos da violência são visíveis. O presidente nacional das empresas de navegação foi enfático ao afirmar: “Nenhum rio na Amazônia hoje é seguro”. A percepção de insegurança tem forçado donos de embarcações a investir em câmeras de monitoramento e novos protocolos de embarque, buscando evitar que passageiros sejam injustamente responsabilizados por cargas ilícitas colocadas de forma clandestina.
Casos registrados em Itacoatiara, Tonantins e Manicoré evidenciam o alcance dos criminosos, que operam com conhecimento detalhado das rotas e horários. O medo se mistura à rotina de quem depende do transporte fluvial para viver, trabalhar e circular mercadorias essenciais no interior do estado.
Presença estatal: cobranças, discursos e expectativas
Durante o evento em Manaus, empresários cobraram presença contínua do Estado, com ações integradas e ostensivas. A crítica foi direcionada à atuação pontual das forças de segurança, com a defesa de uma estratégia duradoura e investimentos em inteligência e fiscalização de fronteiras.
Em resposta, o Secretário de Segurança Pública do Amazonas, Coronel Vinícius Almeida, reconheceu os desafios, mas classificou como “exagero” dizer que os rios são inseguros. Ele defendeu os resultados obtidos na redução de crimes e afirmou que o estado tem assumido uma responsabilidade que deveria ser compartilhada com maior firmeza pelo governo federal.
Ao final, o evento reforçou a necessidade de cooperação interinstitucional — Marinha, forças estaduais, setor privado e órgãos federais — para restaurar a confiança nas hidrovias amazônicas, essenciais à vida econômica e social da região.
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