MANSUP-ER: Marinha, SIATT e EDGE avançam na nova geração de mísseis antinavio

Marinha do Brasil assina acordo com EDGE e SIATT.
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Com alcance de até 200 km e tecnologia nacional embarcada, o MANSUP-ER está mais próximo de se tornar referência em defesa naval de precisão. Em 3 de abril, na LAAD 2025, a Marinha do Brasil, a SIATT e a EDGE firmaram um acordo decisivo para a propriedade e expansão global do sistema, abrindo portas para contratos com países da África, Ásia e América Latina.

Especificações técnicas e diferenciais do MANSUP-ER

O MANSUP-ER (Míssil Antinavio de Superfície com Alcance Estendido) representa um salto qualitativo no programa nacional de mísseis da Marinha. Desenvolvido com base na versão original do MANSUP, o modelo ER incorpora sistema de orientação inercial com homing ativo por radar, além de um perfil de voo em altitude reduzida (skimming), o que o torna mais difícil de ser interceptado.

Com alcance de até 200 km, o MANSUP-ER foi projetado para ser integrado inicialmente às Fragatas Classe Tamandaré, e poderá futuramente equipar outras plataformas navais e sistemas de defesa costeira. A variante assinada agora possui cabeça de combate de alta precisão e tubo de lançamento sob propriedade intelectual da SIATT, transferida à EDGE para fins de produção, exportação e expansão tecnológica.

A robustez do projeto e sua adaptabilidade operacional permitem que o míssil atue em diversos cenários, consolidando-o como produto estratégico tanto para a defesa nacional quanto para o mercado internacional de armamentos.

Parceria estratégica Brasil–Emirados e o papel da SIATT

O avanço do MANSUP-ER só foi possível graças à sinergia entre a Marinha do Brasil, a SIATT — maior especialista brasileira em armas inteligentes — e o EDGE Group, conglomerado de defesa dos Emirados Árabes Unidos que recentemente adquiriu a SIATT. Essa união garante o domínio tecnológico nacional e viabiliza a inserção global do produto, com produção em larga escala e distribuição mundial.

O contrato assinado durante a LAAD 2025 prevê não apenas a produção conjunta do míssil, mas também sua comercialização global, com royalties e direitos industriais estabelecidos. A SIATT segue como pilar tecnológico do projeto, com seu centro de engenharia e testes sediado no Brasil, mantendo a capacidade de inovação nacional.

A parceria também simboliza uma aliança geoestratégica: une a capacidade produtiva e de financiamento dos Emirados Árabes ao know-how e infraestrutura da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, ampliando o potencial exportador da indústria nacional.

Impacto geopolítico e comercial do MANSUP-ER no cenário global

Com o acordo firmado, o Brasil entra de forma mais competitiva no mercado global de mísseis superfície-superfície, oferecendo uma solução de alta performance, desenvolvida localmente e com apoio internacional. O contrato de US$ 300 milhões assinado com as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos para fornecimento do MANSUP e MANSUP-ER é apenas o início de uma nova fase de protagonismo brasileiro no setor de defesa.

Atualmente, negociações com países da África, Ásia e América Latina estão em andamento, consolidando o selo brasileiro como sinônimo de eficiência, confiabilidade e inovação militar. O programa do MANSUP, antes um projeto de autonomia tecnológica nacional, transforma-se agora em produto de exportação de alto valor agregado.

Esse avanço não só reforça a soberania nacional em defesa como também promove o reposicionamento internacional do Brasil como fornecedor de sistemas de armas inteligentes, com forte capacidade de competir em licitações e alianças multilaterais.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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