Exército e Hospital Einstein realizam ação inédita em Iauaretê

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Nas margens do Alto Rio Negro, onde a selva dita o ritmo e a distância desafia qualquer infraestrutura, o Exército Brasileiro e o Hospital Albert Einstein protagonizaram uma ação inédita. Entre sorrisos tímidos e palavras em línguas ancestrais, 1.797 indígenas de diversas etnias foram atendidos por profissionais de saúde de excelência, em uma das regiões mais isoladas do país. Uma ponte entre mundos foi construída ali — com empatia, logística e compromisso com a vida.

Desafios superados: logística e presença militar no coração da floresta

Realizada entre os dias 17 e 23 de março de 2025, a missão foi fruto de uma complexa articulação logística, coordenada pela 2ª Brigada de Infantaria de Selva e pelo Comando Militar da Amazônia (CMA). O esforço envolveu o transporte de mais de 2.500 kg de equipamentos e medicamentos, em uma região onde o acesso só é possível por via fluvial ou aérea.

A base de apoio foi o Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira (HGuSGC), que destacou equipes com dentista, farmacêutico e ortopedista, complementando o grupo de especialistas do Hospital Israelita Albert Einstein. Essa integração operacional foi decisiva para garantir o sucesso da missão em comunidades de difícil acesso como Iauaretê e Querari, localizadas na fronteira com a Colômbia.

A vida em foco: saúde e cuidado para povos originários

Durante a ação, 1.797 indígenas de diversas etnias — como Tukano, Tariano, Desano, Wanano, Miriti-Tapuya, Carapanã, Tuiuka e Hupdah — receberam atendimento médico especializado. Em locais onde o sistema de saúde raramente chega com recursos adequados, a presença dos profissionais foi celebrada como uma oportunidade única de cuidado e dignidade.

O Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro (DSEI-ARN) foi peça-chave no levantamento das principais demandas de saúde e na comunicação com as lideranças locais, garantindo que a população comparecesse e fosse bem acolhida.

Gustavo Cordeiro Trindade, líder indígena e coordenador da COIDI, relatou:

“É a primeira vez que médicos do Hospital Albert Einstein vêm até aqui. Muitos da nossa comunidade não têm como sair para se tratar nas cidades. A gente se sente agradecido. O Exército sempre tem sido parceiro.”

Para Alex Júlio Alves Ferraz, Conselheiro Distrital de Saúde Indígena, a presença dos profissionais representou “um presente para o povo de Iauaretê”, diante de uma realidade marcada por doenças negligenciadas e acesso limitado a exames, medicamentos e especialistas.

Mais que atendimento: um modelo de presença do Estado na Amazônia

Além do aspecto assistencial, a ação reafirma o papel estratégico do Exército Brasileiro na Amazônia. Ao atuar em cooperação com o setor civil e privado, como o Hospital Albert Einstein, a 2ª Brigada de Infantaria de Selva fortalece sua vocação de proteger e servir às populações da região, contribuindo para a integração do território e o respeito aos povos originários.

A operação em Iauaretê é mais um capítulo da série de ações conjuntas promovidas pelo Einstein na Amazônia. Em 2024, o projeto levou assistência médica a mais de 1.200 pessoas nas comunidades de São Joaquim e Camanaus, também em áreas remotas do Alto Rio Negro.

Essa cooperação civil-militar de alto impacto social aponta para um modelo de atuação que alia capacidade logística militar com excelência médica e respeito à diversidade cultural, criando soluções reais para as lacunas históricas do sistema de saúde na região.

Compromisso contínuo com quem protege as raízes do Brasil

A missão em Iauaretê é prova de que, mesmo nos cantos mais distantes do país, a presença do Estado pode ser sinônimo de cuidado, escuta e compromisso com a vida. Para os povos indígenas, que carregam a memória ancestral do Brasil, ações como essa são mais do que pontuais: são um sinal de que não foram esquecidos.

E para o Exército, reforça-se a convicção de que proteger a Amazônia vai além da fronteira física — é também garantir que quem vive ali tenha acesso à dignidade, à saúde e ao respeito que merece.

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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