Conquista de Montese completa 80 anos de história

Conquista de Montese, 14 de abril, Exército Brasileiro.
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Os ecos dos disparos ainda parecem vibrar entre as montanhas italianas quando se fala em Montese. Em 14 de abril de 1945, a Força Expedicionária Brasileira conquistava a posição estratégica após intenso combate, deixando um legado de coragem e honra que, 80 anos depois, segue vivo na memória do Exército Brasileiro.

Montese: estratégia e fogo em um combate urbano decisivo

A conquista de Montese envolveu movimentos táticos coordenados, bombardeios de artilharia e avanço simultâneo de regimentos sob intensa resistência alemã. Às 10h15 daquele 14 de abril, sob o comando do General Cordeiro de Farias, a artilharia brasileira iniciou o ataque à cota 888 – Montello, em apoio ao 1º Regimento de Infantaria. A operação teve continuidade às 13h30 com o 11º Regimento, que, após rompimento da linha de partida, tomou a vila de Montese por volta das 15h.

O terreno montanhoso e a resistência incrustada das tropas nazistas transformaram Montese em um desafio técnico e logístico. Mesmo após a conquista inicial, a localidade permaneceu sob bombardeio inimigo por quatro dias consecutivos, exigindo da FEB uma capacidade de consolidação e defesa territorial em meio aos escombros.

Sangue brasileiro na Itália: o preço da liberdade

Entre setembro de 1944 e abril de 1945, a FEB registrou 2.300 baixas. Somente na tomada de Montese, 426 militares brasileiros perderam a vida, entre eles soldados do 11º e do 1º Regimento de Infantaria. Esses números, mais que estatísticas, são marcas profundas de um sacrifício coletivo que se tornou símbolo de bravura nacional.

Montese não é lembrada apenas por sua importância estratégica, mas por ter se tornado um dos maiores campos de sacrifício da FEB. O impacto humano da batalha é sentido até hoje em solenidades, livros, memoriais e na transmissão oral entre veteranos, familiares e militares da ativa. A vila destruída tornou-se marco da resistência brasileira pela liberdade e dignidade humanas.

Montese e o reconhecimento internacional do Brasil em guerra

A vitória em Montese consolidou o papel do Brasil como aliado ativo e eficaz na campanha italiana. Ao lado das tropas norte-americanas e britânicas, os combatentes brasileiros mostraram ao mundo a capacidade das Forças Armadas de operar em cenários complexos e decisivos. Foi um ponto de virada não só militar, mas também diplomático para o país.

O legado da Força Expedicionária Brasileira em Montese fortaleceu o espírito de corpo e a identidade das instituições militares brasileiras. Foi também um marco que influenciou a formação da memória coletiva do Exército e o seu papel como defensor da soberania e dos valores democráticos. Passadas oito décadas, Montese continua a ser lembrada como um triunfo de honra, disciplina e amor à Pátria.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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