Brasil e França encerram exercício anfíbio no litoral do Ceará

Não fique refém dos algorítimos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Nas areias da Praia Mansa, em Fortaleza, o som dos motores e o movimento sincronizado de tropas marcaram o encerramento da etapa brasileira da Operação Jeanne d’Arc 2025. O exercício anfíbio, realizado em conjunto pela Marinha do Brasil e as Forças Armadas da França, mobilizou 1.200 militares e simulou uma operação real de evacuação de não-combatentes, reforçando o preparo operacional e a diplomacia naval entre os dois países.

A operação anfíbia e os meios empregados no exercício

A fase final da Operação Jeanne d’Arc 2025 foi marcada por uma projeção anfíbia complexa, simulando a evacuação de civis em uma área de conflito. A operação contou com o Navio Doca Multipropósito (NDM) “Bahia”, principal meio brasileiro, e com a presença francesa do Porta-Helicópteros Anfíbio Mistral (L9013) e da Fragata Surcouf (F711).

Entre os recursos utilizados, destacaram-se os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf), embarcações de desembarque pneumáticas e catamarãs franceses tipo EDA-R e EDA-S. Do ar, a aeronave UH-15 “Super Cougar” sobrevoou a área, demonstrando sua versatilidade para operações especiais, busca e salvamento, evacuação aeromédica e apoio logístico.

Um dos grandes destaques tecnológicos foi o Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP), transportado pelo sistema de lançadores ASTROS do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais e deslocado pela aeronave KC-390 da Força Aérea Brasileira. A mobilidade, integração entre meios e realismo da simulação reforçaram a prontidão e interoperabilidade das forças combinadas.

Diplomacia de Defesa e cooperação Brasil–França

A Operação Jeanne d’Arc representa mais do que um exercício militar — ela é um símbolo da diplomacia de Defesa entre Brasil e França, duas nações com interesses comuns no Atlântico Sul e na segurança marítima global. Segundo o Adido de Defesa francês, Capitão de Mar e Guerra Matthieu Dejour, a parceria estratégica extrapola o campo operacional e se manifesta em programas como o PROSUB, em Itaguaí, e em ações conjuntas de vigilância marítima.

O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), representando a força estratégica de pronto emprego da Marinha do Brasil, realizou a operação ao lado da Brigada Anfíbia da França, promovendo integração tática e cultural. O exercício demonstrou que as forças são capazes de atuar juntas em missões humanitárias, de evacuação e até em resposta a crises internacionais.

O Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Cláudio Henrique Mello de Almeida, ressaltou a importância do NDM “Bahia” como vetor de versatilidade: capaz de operar tanto em situações de conflito quanto em missões humanitárias e apoio à Defesa Civil. Essa flexibilidade operacional é valorizada por marinhas ao redor do mundo — e reforçada em eventos como o Jeanne d’Arc.

Impactos e simbolismo da operação no Nordeste brasileiro

A escolha da Praia Mansa, na região metropolitana de Fortaleza, como palco do encerramento da operação, teve também alto valor simbólico. Ao trazer tropas, meios navais e aeronavais para o Nordeste, o exercício promove descentralização operacional e aproximação com a população local.

Autoridades civis e militares, representantes da imprensa e o público acompanharam de perto todas as fases da projeção anfíbia. A operação permitiu demonstrar não apenas capacidade bélica, mas também profissionalismo, organização e preocupação com ações humanitárias — como o Centro de Controle de Evacuados montado na praia, com apoio médico, intérpretes e logística de triagem.

O evento fortaleceu a imagem institucional das Forças Armadas brasileiras como entes multifuncionais e preparados para atuar em múltiplos domínios, seja em defesa da soberania, seja no apoio à população. O Nordeste reafirma-se, assim, como espaço estratégico para exercícios combinados, com capacidade logística e geopolítica relevante para operações multilaterais.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui