Seminário resgata história da Marinha na Segunda Guerra Mundial

Auditório com palestra e público atento.
Não fique refém dos algorítimos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Mais de 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a memória da Marinha do Brasil no maior conflito do século XX continua viva — agora com o reforço da tecnologia e dos relatos dos que estiveram no front. Durante o Seminário Conjunto de História Militar da Defesa, realizado entre os dias 9 e 11 de abril, foram apresentados resultados inéditos de pesquisas arqueológicas subaquáticas e entrevistas com veteranos que combateram na Batalha do Atlântico.

Organizado pela Chefia de Educação e Cultura do Ministério da Defesa (ChSecult), o evento aconteceu simultaneamente em Brasília e no Rio de Janeiro, reunindo militares, pesquisadores e o público civil em torno do resgate e valorização da memória das Forças Armadas na Segunda Guerra.

Vital de Oliveira: arqueologia e tecnologia no fundo do mar

Palestra sobre Brasil na Segunda Guerra Mundial.

Entre os destaques da programação, chamou atenção a apresentação da pesquisa sobre o naufrágio do Navio-Auxiliar “Vital de Oliveira”, torpedeado em 1944 pelo submarino alemão U-861, ao largo do litoral de Macaé (RJ). A embarcação, que vitimou cerca de cem tripulantes, foi localizada neste ano após operações de mapeamento submarino com ecobatímetros multifeixe e sonares de varredura lateral.

Com os dados coletados, foi possível gerar modelos tridimensionais do casco e da estrutura do navio, revelando detalhes até então desconhecidos do naufrágio. A descoberta será tema de um documentário produzido pelo Centro de Comunicação Social da Marinha, com o objetivo de ampliar o acesso da sociedade brasileira a esse capítulo da história.

“Preservar o Vital de Oliveira é mais do que conservar um navio: é manter viva a memória de seus tripulantes, fortalecer a identidade nacional e afirmar o compromisso da Marinha com a história e a cultura”, declarou o Capitão-Tenente Caio Cézar Pereira Demilio, mestre em arqueologia e um dos painelistas do evento.

Vozes da guerra: o registro da memória oral dos veteranos

Palestrante em seminário sobre ex-combatentes da Marinha.

Outro ponto alto do seminário foi o Projeto Memória de História Oral, iniciativa da Marinha que vem reunindo entrevistas com ex-combatentes que atuaram na Batalha do Atlântico. Os depoimentos, gravados e organizados por pesquisadores militares, oferecem um mergulho profundo nas experiências vividas por aqueles que serviram o Brasil em alto-mar durante o conflito.

O projeto tem por objetivo preservar o patrimônio imaterial da Marinha e permitir que as futuras gerações conheçam, pela voz dos protagonistas, os desafios, sentimentos e visões de quem participou diretamente da guerra.

“O projeto adquire notável relevância por registrar memórias que são construções sociais sobre o passado, elaboradas sob a ótica do presente”, destacou o Primeiro-Sargento Robert Wagner Porto da Silva Castro, doutor em História e responsável por um dos painéis do seminário.

Forças Armadas e a valorização da memória nacional

Veículos militares antigos em exibição ao ar livre.

O Seminário Conjunto de História Militar da Defesa contou também com apresentações sobre a atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Europa e sobre a participação da aviação de patrulha e caça da Força Aérea Brasileira. A programação incluiu ainda exposições históricas, maquetes de embarcações como o Contratorpedeiro de Escolta “Bauru”, documentos originais e materiais didáticos.

Ao promover o evento, o Ministério da Defesa reafirma seu compromisso com a valorização da história militar nacional, o fortalecimento da identidade das Forças Armadas e a formação cultural da sociedade brasileira. A união entre ciência, memória e tecnologia mostra que o passado da Marinha segue navegando, como farol de honra entre as novas gerações.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui