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No coração da Biblioteca da Marinha, repousam livros que atravessaram séculos, carregando em suas páginas os segredos da navegação e os primórdios da formação naval brasileira. Em meio ao silêncio das estantes antigas, um novo capítulo começa: a Marinha do Brasil recebeu um investimento de R$ 1,9 milhão para restaurar e digitalizar sua valiosa coleção de obras raras, garantindo que a memória marítima nacional seja preservada para as futuras gerações.
A técnica a serviço da memória: como será feita a preservação
A coleção que será beneficiada pertence à histórica Biblioteca da Academia Real de Guardas-Marinhas e inclui 314 títulos e 623 exemplares raríssimos, entre livros, atlas, cartas náuticas e mapas que datam dos séculos XVI ao XIX. O projeto, viabilizado por meio da Chamada Pública Identidade Brasil – Recuperação e Preservação de Acervos 2024, envolverá restauração física dos documentos, digitalização em alta resolução e tratamento técnico minucioso.
A execução será feita por uma equipe especializada, contratada para seguir os padrões estabelecidos pela Fundação Biblioteca Nacional, assegurando que cada item do acervo seja cuidadosamente capturado, identificado e tratado para uso em plataformas digitais. A digitalização dos arquivos não apenas assegura a preservação, mas amplia o alcance e facilita o acesso, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Patrimônio cultural e inclusão: a importância social do projeto
Muito mais do que um resgate de documentos antigos, o projeto representa uma valorização da cultura marítima e da memória nacional. Ao promover a preservação e difusão desse acervo, a Marinha do Brasil reforça seu compromisso com a sociedade e com a democratização do conhecimento histórico.
A Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM), responsável pela iniciativa, atua em cinco áreas do saber — história, museologia, arquivologia, arqueologia subaquática e biblioteconomia — com o objetivo de ampliar o acesso à cultura naval e contribuir para o fortalecimento da identidade brasileira. A disponibilização dos objetos digitais em plataformas acessíveis busca reduzir desigualdades regionais e fomentar a pesquisa e a educação em todo o país.
União de forças: Finep, MCTI e Marinha em defesa da memória nacional
O investimento foi viabilizado por meio de um convênio celebrado entre a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), dentro do edital Identidade Brasil. A iniciativa contemplou 109 instituições em todo o país e recebeu uma demanda de quase R$ 1 bilhão.
A cerimônia de assinatura ocorreu na Biblioteca Nacional da Marinha, no Rio de Janeiro, e contou com a presença do presidente da Finep, Celso Pansera, do chefe de Gabinete da Finep, Fernando Peregrino, do Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos, da Femar, e do vice-almirante Gilberto Kerr, diretor do DPHDM. Na ocasião, Pansera destacou o papel estratégico da Finep na valorização da cultura e da ciência: “É uma satisfação estar presente conhecendo o patrimônio do Museu da Marinha e reafirmando nosso papel de ajudar o Brasil a preservar sua memória, sua soberania e sua cultura”.
O convênio é um exemplo concreto de como a articulação entre instituições civis e militares pode gerar resultados relevantes para o país. Ao unir tecnologia, memória e cidadania, o projeto coloca a Marinha e a Finep no centro de uma missão essencial: proteger o passado para iluminar o futuro.
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